OPINIÃO
Guedes, o AI 5 e o analfabetismo funcional como meio de criação de narrativas.
Recentemente, fomos presenteados com um comentário extremamente lúcido do Ministro da Economia, em que ele diz que não adianta reclamar contra os apelos a favor do AI 5, quando se estimula ações de guerrilha para tomada do poder. Qualquer cidadão minimamente alfabetizado consegue entender perfeitamente a crítica do ministro, e dela extrai a noção imperiosa de que liberdade exige responsabilidade moral, exige que ajamos dentro do esquema de valores erguido por nossa civilização. Ora, meus caros, se você prega a tomada do poder à força, não pode esperar que do lado oposto não seja pregado o uso da mesma força para te impedir, não é mesmo?
Pois bem, num país normal esse comentário seria completamente desprovido de maiores problemas ou questionamentos, mas aqui, numa terra onde o analfabetismo funcional atinge níveis alarmantes e endêmicos, mais uma vez a fala será motivo de chilique público por parte da nossa extrema-mídia, da elite burocrática que nos escraviza, do “isentismo” liberal calhorda e da horda de “progressistas” cínicos. Aqui, o semi-analfabeto irá pegar a declaração do ministro e torce-la, dobra-la, retalha-la e aumentá-la, até que possa extrair dela o significado que bem entender. Não sendo capaz de decodificar um texto simples, esse sujeito irá atribuir a ele o conteúdo que melhor lhe aprouver. Ele irá dar sermões afetados sobre o Estado de Direito ou sobre a necessidade da Democracia. Irá fazer apelos acalorados e emotivos sobre a liberdade, e nos presenteará como horas e horas de uma ladainha entediante sobre como o ministro ameaçou as instituições da República. Enfim, esse sujeito irá navegar por todo tipo de exasperação idiota sobre um totalitarismo inventado, tirado direto de sua completa incapacidade de ler e entender o que está lendo, e nós teremos que aguentar mais uma presepada infindável de nossos pequenos-burgueses
Comentários
Postar um comentário